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Depois de 30 meses, as coletas do primeiro projeto do LEBR chegam ao fim

Em janeiro de 2013, entrei nas transparentes e quentes águas do Porto da Barra, em Salvador. Depois de anos mergulhando nas águas geladas de Arraial do Cabo ou nas águas sujas e de baixa visibilidade da Praia Vermelha no Rio de Janeiro, a perspectiva de começar um projeto nestas condições era muito animadora.

O LEBR ainda nem tinha sido criado, mas já contava com a ajuda de cinco estudantes interessados em trabalhar com a reprodução das esponjas: André, Leonardo, Jessé, Gabriela e Ubaldo. Nos primeiros mergulhos, coletamos indivíduos de Aplysina solangeae, Callyspongia sp., Desmapsamma anchorata e Dysidea janiae. Como vocês sabem, houveram algumas mudanças desde lá. Somente Ubaldo segue na equipe do LEBR, e tivemos uma dança das cadeiras nas espécie estudadas: em junho de 2013, a espécie Tedania ignis foi adicionada e Callyspongia sp. deu lugar a Cladocroce caelum. Estas coletas foram realizadas para responder uma das perguntas centrais feitas nos projetos aprovados pela FAPESB, CNPq e PRODOC: poderiam as espécies de demosponjas tropicais se reproduzir continuamente?

Esponjas fotografadas in situ: Parte superior, da esquerda para a direita: Callyspongia sp. com um ofiuróide invasor; Aplysina solangeae em um dia azul; Tedania ignis cortada mostrando embriões em seu interior (os pontinhos alaranjados), Tedania ignis antes de ser cortada. Na parte inferior, da esquerda para a direita temos Dysidea janiae no fundo do Porto da Barra; D. janiae com um peixinho inquilino; a bela Desmapsamma anchorata; e a nossa nova "ratinha" Cladocroce caelum (azul).

Indivíduos das cinco espécies foram coletados mensalmente desde janeiro de 2013. No dia 20 de junho de 2015, a equipe do LEBR foi até o Porto da Barra, em Salvador, para realizar a última coleta deste projeto. Pela última vez, nós mergulhamos e coletamos 10 indivíduos de cada uma das espécies, os fixamos em formalina 4% e os levamos para o laboratório para iniciar o processamento das amostras. Estas estão terminando de ser processadas e analisadas. Esperamos que até o final de julho tenhamos os resultados sobre a reprodução e a fecundidade das espécies, para podermos dar início à redação do artigo sobre a fenologia reprodutiva destas esponjas.

Equipe do laboratório se preparando para realizar o último mergulho do projeto.

Alguns dados numéricos interessantes sobre o projeto:

Considerando que os mergulhos foram feitos com três mergulhadores e duraram mais ou menos uma hora por coleta, o LEBR totalizou cerca de 900 horas de mergulho.

Foram coletados cerca de 1500 fragmentos de esponjas, que foram transformados em 1500 blocos histológicos. Estes, por sua vez, foram processados e mais de 3000 lâminas histológicas foram produzidas.

Até agora, este trabalho já rendeu oito trabalhos apresentados em congressos: dois em formato oral e seis em pôster.

O desenvolvimento deste projeto já rendeu a premiação de Jéssica e Ubaldo - estudantes de iniciação científica - no Congresso Brasileiro de Biologia Marinha deste ano; e um deles rendeu a premiação de melhor trabalho da Semana Kirimurê para Vivian.

Além disso, este projeto consistitiu no projeto de iniciação científica de oito estudantes da UFBA.

Gostaria de agradecer a participação de todos, estudantes e associados ao LEBR, que ajudaram em todas essas coletas, processamento e análise das amostras. Espero que todo esse esforço se transforme em uma bela história sobre a reprodução de esponjas nos trópicos e que esta história seja publicada em um excelente periódico científico.

Em breve, iremos atualizar os achados encontrados para cada uma das espécies!

Bruno mergulhando e observando uma bela Aplysina insularis.


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